Banca brasileira: cautela, forças sem precedentes no trabalho

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OK, isso ainda pode ser um exagero, assim que começamos a década. Mas os sinais estão apontando claramente para o fim do sistema bancário de alto custo do Brasil, e mais cedo ou mais tarde.

No final de 2019, o Banco Central do Brasil ganhou as manchetes ao anunciar um teto para o produto cheque especial - ou saque a descoberto, em inglês. As instituições financeiras não poderão mais cobrar mais de 8% ao mês (para clientes com saldo negativo acima de R $ 500).

É a primeira vez que o regulador no Brasil anuncia qualquer limite para as taxas de juros.

No entanto, apesar desse movimento sem precedentes do banco central, ele ainda deixa margem para uma margem significativa, uma vez que a taxa básica do país era de 4.5% no final do 2018. 

E para aqueles que assumem que, ao adotar um teto de taxa de juros tão alto, essa regra é direcionada aos valores extremos da indústria - as empresas de empréstimo com pagamento antecipado que vivem à margem dos parasitas da população brasileira que, por meio de histórico de crédito ruim ou ruim, foram forçadas a pagar taxas exorbitantes - bem, você estaria errado.

O diário financeiro Valor, do Brasil, incluiu em sua reportagem sobre o novo teto uma atualização útil das tarifas correntes dos bancos: a cobrança de juros mensais do Itaú era de 12.43%, a do Bradesco era de 12.63% e a do Santander era de 14.82%. Até o banco estadual Banco do Brasil cobrava 12.11% e a Caixa Econômica estava acima do novo teto em 8%.

A introdução do teto da taxa de juros também foi acompanhada de novas regras para incentivar a portabilidade de dívidas pendentes para outros créditos de menor custo. É um sinal da crescente frustração com a relutância dos bancos em repassar as taxas de juros estruturalmente mais baixas no sistema financeiro para os consumidores.

Embora o cheque especial seja uma pequena parte dos negócios dos bancos - em cerca de 1% de todas as carteiras de empréstimos dos bancos -, ele cria cerca de 10% da margem de juros líquida do sistema. Como tal, essa mudança não é apenas cosmética; isso terá um impacto nos ganhos.

Sem precedente

O analista de instituições financeiras do banco de investimento Bradesco BBI, Victor Schabbel, afirma em um relatório que o “movimento sem precedentes” pode implicar uma redução entre 30% e 44% nos ganhos bancários com cheque especial e uma redução entre 1% e 5% em Ganhos do 2020.

Mas, além do impacto financeiro sobre os bancos, é mais uma evidência de que governo e banco central estão cada vez mais impacientes com a defasagem entre a queda da Selic e as taxas cobradas ao consumidor. Schabbel diz: “A mensagem por trás [do limite] é tão ou mais importante, pois sinaliza que o banco central está realmente pressionando uma agenda difícil para os bancos líderes”.

O banco central reforçou a percepção de uma pressão coordenada a ser aplicada ao sistema bancário ao anunciar, no dia seguinte, um período de consulta pública (termina a 31 de Janeiro) para a sua proposta de abertura da banca ao país. O banco central pretende exigir que os bancos históricos forneçam dados de clientes (mediante solicitação) aos concorrentes - incluindo fintechs.

Talvez mais insidiosamente, a tecnologia digital também está mudando a própria natureza do jogo 

Também mostra o contraste entre os diferentes extremos do espectro de crédito. Porque, ao mesmo tempo em que os bancos precisam ser regulamentados e não cobrar juros altíssimos de pessoas com baixa qualidade de crédito, o mercado está tendo um impacto ainda maior nas taxas de juros e tarifas cobradas de outros segmentos de banco de consumo.

O ambiente de mudança nas taxas de juros está desencadeando forças competitivas sem precedentes nos segmentos afluente e super afluente. Por exemplo, agora todos os bancos reduziram para zero as cobranças de clientes que investem no Tesouro Direto (títulos emitidos pelo Estado para pessoas físicas). 

Muitos estão indo além e estão eliminando taxas nos produtos da bolsa de valores - e até estão reembolsando as taxas da bolsa de valores. A pressão também está nas taxas de administração dos fundos proprietários. Por exemplo, o Itaú recentemente cortou a taxa de administração de seu maior fundo imobiliário e os bancos parecem pegos em um ciclo de cortes proativos e reativos nas taxas e taxas.

Dilema

A digitalização também complica enormemente a dinâmica do sistema bancário brasileiro: de um lado, está criando eficiências e modelos de baixo custo - especialmente entre as fintechs que não são oneradas por custos físicos e legados - que os titulares estão tendo que responder, pelo menos, se não corresponder.

Mas, talvez de forma mais insidiosa, a tecnologia digital também está mudando a própria natureza do jogo. Eles estão jogando um jogo que é marcado pelo crescimento de usuários e receitas. A lucratividade - aquele sistema de pontuação peculiar dos antigos bancos tradicionais - é secundária (na melhor das hipóteses). É muito melhor construir escala, construir plataformas abertas com foco em possuir “a última milha” (na conversa de tecnologia) e se preocupar com a lucratividade após terem surgido como um dos centros financeiros dominantes.

Isso deixa os operadores em um dilema, preso entre o seu instinto de longa data de não cortar além das margens positivas e esses novos sentimentos de medo de que, ao não agirem, eles serão os perdedores em uma corrida louca e única para criar as plataformas brasileiras do Brasil. futuro.

Em conjunto, parece que os clientes dos bancos brasileiros em ambos os extremos do espectro de risco de crédito pagarão taxas e taxas mais baixas no próximo ano - talvez até o suficiente para dar impulso às previsões do PIB deste ano.

É tudo tão sem precedentes.